quarta-feira, 5 de maio de 2010

Projeto de lei quer permitir tratamento para mudar orientação sexual de pacientes (OI????)


Eu li aqui, essa noticia ABSURDA desse projeto de lei, e me senti obrigada a reproduzi-la....está na INTEGRA : (ainda em que a Associação Brasileira de Psicologia lançou uma manifesto contra)

"Em nota oficial, que vem sendo veiculada desde o último dia 29 de abril, a Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) lançou um manifesto oficial contra a homofobia.

O manifesto foi motivado pela tramitação do Projeto de Decreto Legislativo Nº 1640/09, proposto pelo Deputado Paes de Lira (PTC-SP), com apoio da bancada evangélica da Câmara dos Deputados, que propõe sustar a resolução Nº 001/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), numa tentativa de tornar aceitável a realização de psicoterapia para modificação de orientação sexual.

Leia a íntegra da nota:

A Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) vem a público reafirmar seu veemente posicionamento crítico em relação ao tratamento psicoterapêutico de pessoas com vistas à reorientação de sua sexualidade.

O Projeto de Decreto Legislativo Nº 1640/09, proposto pelo Deputado Paes de Lira (PTC/SP), com apoio da bancada evangélica da Câmara dos Deputados, ao propor sustar a resolução Nº 001/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), visa tornar aceitável a realização de psicoterapia para modificação de orientação sexual.

Esta resolução do CFP, de 23 de Março de 1999, dispõe no seu artigo 3º que “os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados”.

Os defensores do referido Projeto de Decreto Legislativo argumentam que a modificação da orientação sexual é um direito das pessoas que assim a desejam, portanto não é da competência do CFP decidir sobre a matéria. Além de ferir a autonomia do(a) profissional de psicologia, ignoram as opressões de uma sociedade homofóbica que constrange os indivíduos a não usufruir satisfatoriamente de seu direito a uma livre orientação sexual. Corroboram, portanto, com estas opressões, ao não propor condições satisfatórias para que gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais ou intersex possam viver livremente seu desejo.

Tal projeto de decreto legislativo contrapõe-se ao amplo debate internacional sobre direitos humanos e às iniciativas do governo federal, que por meio do programa Brasil sem Homofobia, propõe um conjunto de ações governamentais a serem executadas para combater a violência e discriminação contra LGBT. Além disso, os defensores do referido projeto ignoram as discussões referente ao PLC 122/06, que tramita no Senado, após aprovação na Câmara dos Deputados caracterizando como crime a "discriminação ou preconceito de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero".

Propor tratamento da orientação sexual sob a alegação de minimizar o sofrimento das pessoas que são discriminadas seria o mesmo que propor “embranquecimento” de pessoas vítimas de racismo. O que deve, por princípio, ser tratada é a intolerância frente à diversidade humana.

A Abrapso é a favor da liberdade e dignidade da pessoa humana e contrária a qualquer forma de discriminação ou ato que vise apoiar ou conformar a discriminação.

Ao invés de sustar a aplicação da Resolução do Conselho Federal de Psicologia, o Congresso Nacional deveria, sim, legislar em favor da livre expressão da sexualidade contra qualquer forma de discriminação, seja em âmbito privado ou público, contra as pessoas, baseadas em sua orientação sexual.

Do blog Viva Pernambuco

Será possivel não termos liberdade pra escolher o que nos faz feliz?

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